A busca por um doador de medula óssea compatível à da sorocabana Claudinéia de Souza Keilholtz, de 33 anos - vítima de leucemia internada na Bélgica -, levou a Organização Não Governamental (ONG) “Asa Morena - em nome da vida” a realizar ontem mais uma campanha em prol de novos doadores. O evento aconteceu na escola estadual “Rubens de Faria e Souza” durante todo o dia de sábado, mas prossegue diariamente no Hemonúcleo Regional de Sorocaba, onde a Ong mantém voluntários que realizam o cadastramento dos interessados.
O objetivo é encontrar um doador para viabilizar o transplante de Claudinéia, diagnosticada com leucemia há dois meses, e aumentar o número de doadores do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Ontem também teve campanha em prol da doação de sangue, já que no inverno o número de doadores cai até 30%.
Luta pela vida
Claudinéia reside na Bélgica há 2 anos com o marido, o alemão Christopher Keilholtz, e mais três filhos. Há dois meses ela descobriu que estava com leucemia e iniciou o tratamento num hospital público belga. Como nenhum membro da família é compatível, em junho passado um dos irmãos da sorocabana, Claudinei de Souza, solicitou à Asa Morena a realização da campanha. Segundo a presidente da ONG, Nerli Peres, os médicos belgas, que cuidam de Claudinéia, já fizeram seu cadastro junto ao Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), mas até o momento, nenhum doador compatível foi localizado. “O cruzamento de dados da paciente com doadores é praticamente diário”, afirmou Nerli que contou com a ajuda de 50 voluntários no evento.
O mecânico José Ricardo dos Santos, de 21 anos, fez a sua parte. “Assisti a palestra, gostei do trabalho e quero ajudar”, falou. O operador de máquinas Sérgio Nícola, de 29 anos, também se cadastrou para doação. “Se me chamarem, vou com certeza”, disse. Já a auxiliar de sala, Viviane Oliveira de Souza Jesus, de 26 anos, foi com as duas filhas: Lívia, de 6 anos, e Estela, de 3 anos. “Acho que todos deveriam ter essa consciência”, falou.
Cadastro e doação
Para realização do cadastro de doadores de medula óssea é necessário o preenchimento de uma ficha, com informações gerais, e a coleta de 5ml de sangue. Esse sangue é usado para realização do exame de HLA, que determina a tipagem genética. Os dados da pessoa cadastrada ficam armazenados no Redome e são comparados aos de pacientes. Se houver compatibilidade o doador é então chamado para a realização do transplante. A medula óssea se concentra na cavidade dos ossos e é a ‘fábrica‘ do sangue.
Ao ser retirada para transplante, se recompõe em pouco mais de 15 ou 30 dias. Para se cadastrar como doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos. Não podem se inscrever as pessoas que já tiveram algum tipo de câncer, doenças auto-imunes, como AIDS, alguns tipos de anemia e Hepatite C. Também não é necessário estar em jejum. O hemonúcleo de Sorocaba fica na avenida Comendador Pereira Inácio, 564, Vergueiro. Informações: www.asamorena.org.br.
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