terça-feira, 1 de junho de 2010

Leucemia em jovem comove e doação de medula cresce 58%

Coincidência ou destino? Antes Gabriela e agora Gabriel. Ela com leucemia linfóide aguda e ele com outro subtipo da mesma doença: mielóide aguda. Ambos se agravam rapidamente. Duas pessoas cheias de vida e vontade de superação que não conseguiram doadores familiares compatíveis para que recebessem transplante de medula óssea e pedem ajuda. A história da jovem Gabriela Castro, de 14 anos, foi retratada pelo Jornal da Cidade na edição do dia 13 de maio e moveu muitos doadores ao Hemonúcleo de Bauru interessados em se cadastrar no banco de medula óssea para possível doação. (leia mais abaixo)

A mãe, Herselene Pereira, começou a desenvolver menopausa precoce aos 35 anos. Diagnósticos médicos mostravam que dificilmente ela poderia ter filhos. Mas ela não desistiu e, mesmo fazendo tratamento de reposição hormonal, engravidou de Gabriel aos 41 anos. Apesar da gravidez de alto risco, a vontade de ser mãe falou mais alto.

O bauruense Gabriel Pereira Sanchez nasceu especial, portador de síndrome de Down. A mãe sabia que o caminho não seria fácil. “Quando eu fiquei sabendo que ele era Down já sabia que poderia ter sido consequência da minha gravidez de risco e que ele teria imunidade mais baixa”, contou a mãe.

Até o final do ano passado, o menino não apresentava sintomas da doença. Um pedido de exames de rotina constatou que o número de plaquetas dele estava abaixo do considerado normal. “Eu levei um susto porque a médica já suspeitou que era leucemia. Em seguida ela pediu para ele fazer exames mais específicos”, relata a mãe.

Em 23 de dezembro, quase véspera de Natal, foi constatado que ele era portador de leucemia mielóide aguda. “A médica já mandou eu levar uma mala com roupas porque se o teste desse positivo ele ficaria internado”, conta Herselene. Em seguida o menino foi submetido ao primeiro ciclo da tão temida quimioterapia no Hospital Amaral Carvalho na cidade de Jaú.

Esperança

A mãe, bancária, teve que se afastar do emprego para dedicar sua atenção e amor ao filho. “Eu tirei todas as licenças e férias possíveis para dedicar meu tempo a ele. A quimioterapia é muito forte e às vezes ele tem muito vômito e diarreia”, conta a mãe.

O brilho nos olhos do menino esperto não dá margem a dúvidas, ele tem muita vontade de viver. Filho único, ele também é o único neto da vovó Rosalva Sanches. “Ele é uma alegria só. Enquanto esteve internado ele encantava a todos no hospital desde a faxineira ao cirurgião”, enfatiza a mãe.

Apesar da síndrome de Down, Gabriel é um menino normal. A diferença é que ele tem um pequeno atraso na fala. “Ele entente tudo. Sabe quais são os membros do corpo, animais, gesticula”.

Hoje a doença está estabilizada devido ao tratamento, entretanto ele precisa tomar quatro injeções medicamentosas subcutâneas que também fazem parte do controle da doença. “Eu peço ajuda porque ele é tudo pra mim. E se o doador não for compatível a ele pode ser a outra pessoa. Eu vou tentar promover uma campanha entre os amigos de onde trabalho”, pede a mãe com lágrimas nos olhos.

Herselene relatou que quando estava no processo de gravidez de Gabriel, o local onde trabalha desenvolveu uma campanha de doação de medula óssea. “Eu até queria doar, mas não podia por causa da gravidez”, relatou.

Quando o menino nasceu ela ainda pensou em guardar o cordão umbilical em caso de precisar futuramente de um tratamento com células-tronco. “Eu pensei em guardar mas aqui não tinha um órgão que recolhesse e armazenasse para utilizar futuramente”, justifica.

Nenhum comentário:

Sucesso TOTAL

Sucesso TOTAL
19 de Abril - Hemocentro Marília