quinta-feira, 19 de abril de 2012

TAC evita ação para tratamento de saúde de menor


O promotor de Justiça da comarca de Pacatuba, Hugo Frota Magalhães Porto Neto, recebeu, no início de março deste ano, do Conselho Tutelar informações sobre o diagnóstico do menor D.A.L. (de 9 anos), apontando o quadro de Leucemia Linfoide Aguda. O menor terminou a primeira etapa do tratamento do hospital Albert Sabin, devendo se submeter à segunda etapa graças ao entendimento celebrado a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), sendo evitada uma Ação Civil Pública. Segundo o promotor de Justiça, a competência do Ministério Público para o caso é legitimada em razão da matéria tratar de saúde pública.

Depois de duas audiências, o pai da criança informou que procurara o Hospital Albert Sabin, inteirando-se sobre a necessidade de prosseguir no tratamento do seu filho menor, passando a anuir com o encaminhamento para a segunda etapa do tratamento, firmando o segundo TAC. Houve o imediato encaminhamento do menor para o Hospital Albert Sabin ou oncologista para manifestar-se sobre a real necessidade das etapas do tratamento.

O hospital Albert Sabin havia acionado o Conselho Tutelar de Pacatuba que logo comunicou ao representante do Ministério Público depois de mais de três meses sem notícia de retorno do menor para tratamento. Imediatamente, a 1ª Promotoria de Justiça de Pacatuba realizou uma audiência com os pais do menor, com a sua presença, posto trazido por opção dos pais, e de um advogado da família.

Na audiência, o pai, mãe e o próprio menor se mostraram recalcitrantes em retomar o tratamento. Foi informado sobre a possibilidade de reincidência da doença com maior agressividade, sobre o prazo médico para atestar uma solução para a Leucemia, mas os pais diziam “que Deus havia curado e que iriam obter um parecer médico de que o menor estaria curado, sendo desnecessária as demais etapas do tratamento”. Além disso, a mãe disse que o hospital era um ambiente massacrante, pois de tempo em tempo havia-se a notícia de que uma criança morrera, bem com o tratamento era muito invasivo ao menor.


Fonte: DireitoCe

Transplante de medula nem sempre é melhor opção em crianças com leucemia aguda

Um estudo internacional que incluiu o Hospital Pediátrico St. Jude, nos Estados Unidos, descobriu que os transplantes de medula óssea nem sempre são a melhor opção para alguns pacientes jovens que sofrem com leucemia linfoblástica aguda (LLA) – um tipo de tumor que afecta o sangue – e que não conseguem atingir remissão clínica após as primeiras semanas de quimioterapia intensa, conhecida como terapia de indução.

O maior estudo de sempre com pacientes pediátricos que sofrem com LLA identificou um subgrupo de crianças que obtiveram taxas de sobrevivência a 10 anos de 72 por cento após a quimioterapia adicional, ao invés de receberem um transplante de medula óssea.

Os resultados surgem publicados na revista New England Journal of Medicine e o estudo envolveu investigadores de 14 grupos de pesquisa nos EUA, Europa e Ásia.

"A falha de indução é um evento raro, afectando apenas 2 a 3 por cento de todos os pacientes pediátricos. Mas estas crianças estão em risco muito elevado para maus resultados e sempre foram considerados candidatos ao transplante de medula óssea", disse um dos autores do estudo do Departamento de Oncologia do Hospital Pediátrico de St. Jude.

Os resultados sugerem que a falha de indução não deve ser considerada uma indicação automática para transplante, pelo que o estudo mostra a importância “da colaboração internacional para fazer avançar resultados do tratamento para estes pacientes", revelou um pesquisador do Centro Médico e Universitário Schleswig-Holstein, na Alemanha.

Os investigadores avaliaram os resultados de 44017 pacientes que tinham no máximo 17 anos. Cada um foi tratado num ensaio clínico num dos centros participantes nesta análise internacional.

O estudo identificou taxas de sobrevivência a longo prazo de 72 por cento entre alguns pacientes jovens com leucemia de linhagem B tratados com quimioterapia adicional após falha da terapêutica de indução. Os pacientes tinham idades entre 1 a 5 anos quando o tumor foi diagnosticado e muitos tinham mais de 50 cromossomas nas células de leucemia, ao invés dos comuns 46 cromossomas.

No total, a amostra correspondia a cerca de 25 por cento dos pacientes cuja doença não entra em remissão após terapia de indução, motivo pelo qual os cientistas lembram que nem sempre é a melhor opção sujeitar estes doentes a transplantes, colocando-os em risco de uma variedade de problemas de saúde imediatos e crónicos.


Fonte: Portal de Oncologia Português

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pará: Doadores de medula óssea somente terão cartão obrigatório pelo Ministério da Saúde

Para atender determinação do Ministério da Saúde (MS), a Fundação Hemopa estruturou seus serviços e já disponibiliza o número do Cartão Nacional de Saúde (CNS) aos candidatos ao cadastro de doadores de medula óssea, que só poderão ser voluntários com a apresentação do número do referido documento, que já pode ser obtido no ato do cadastramento, na recepção de Doador do hemocentro.
Criado pela portaria Ministerial 940, de abril de 2011, o CNS é um instrumento que possibilita a vinculação dos procedimentos executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) ao usuário, ao profissional que os realizou e também à unidade de saúde onde foram realizados. Segundo a gerente de Captação de Doadores, a assistente social Juciara Farias, é necessária a construção de cadastros de usuários, de profissionais de saúde e de unidades de saúde.
A partir desses cadastros, os usuários do SUS e os profissionais de saúde recebem um número nacional de identificação. “Ao oferecermos esse serviço aos nossos voluntários, não corremos o risco de enfrentar eventual queda no número de novos cadastros. Mas, ressaltamos que o serviço é apenas para os que vão fazer cadastro de doação de medula óssea. Por enquanto, os doadores de sangue não estão incluídos”, alertou.
Quem pode fazer cadastro de doação de medula óssea: Homem ou mulher saudáveis e com faixa etária de 18 a 55 anos.
Serviço:
O Hemopa funciona na Tv. Pe. Eutíquio, 2109. Horário para coleta: de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h, e aos sábados de 7h30 às 17h. Maiores informações pelo fone: 08002808118 
Texto:
Vera Rojas - Hemopa
Fone: (91) 3241-1811 / (91) 8044-0246
Email: Imprensa.hemopa@yahoo.com.br

Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará
Travessa Padre Eutíquio, 2.109. Belém-PA. CEP: 66033-000
Fone: (91) 3225-2404 / 3242-6905/9100

fonte; 

Da Redação
Agência Pará de Notícias



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Prefeitura não faz exames e defensoria entra com ação - Maceió

Assessoria da SMS informa que Santa Casa fará procedimento, mas na próxima semana

O defensor público Ricardo Melro vai entrar com ação civil pública para garantir aos portadores de leucemia o tratamento adequado que não é oferecido desde outubro do ano passado pela prefeitura de Maceió. Material antes era colhido dos pacientes em Alagoas e enviado para São Paulo, mas o convênio foi interrompido e agora pacientes sofrem sem procedimento. 
O defensor público informou que na ação é determinado prazo de 48 horas para a Secretaria de Sáude de Maceió (SMS) normalizar o atendimento sob pena de pagamento de multa e bloqueio de bens do secretário Adeilson Loureiro e do prefeito Cícero Almeida (PP). 

O labotório Hemopac – contratado pela SMS - colhia o material, mas não estava mais recebendo pelo serviço. “Em março do ano passado, o pessoal da Apala fez denúncia porque estava sem o tratamento, então fechamos termo de compromisso. Na sexta-feira agora recebemos ofício da Apala informando que desde outubro estão sem realizar o exame”, disse Ricardo Melro.

Rosenita Fernandes, presidente da Associação dos Pais e Amigos Leucêmicos (Apala), confirma que a interrupção dessa parceria com a Hemopac prejudica o atendimento aos portadores de leucemia. Sem a ajuda da prefeitura, a entidade muitas vezes teve de bancar o procedimento. “Para começar o tratamento de leucemia é preciso fazer esse exame. Recebi informação de que iriam regularizar a situação, mas tenho que ver isso, se é oficial”, disse Rosenita.
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a paritr da próxima semana a Santa de Misericórdia de Maceió estará apta a realizar o procedimento.

Cardiopatia


Ao mesmo tempo que conclui ação sobre o atendimento a portadores de leucemia, o defensor público informou ainda que está cobrando a contratação de profissionais para tratar crianças cardíacas. “Estou concluindo essa ação também para que o Estado e a prefeitura se organizem para realizar cirurgia pediátrica. Para isso estamos dando um prazo de 60 dias para que resolva essa situação”, informou.


Fonte: Gazeta de Alagoas

Transplantes crescem 33% no estado de SP

Janeiro foi, com certeza, um mês positivo para muitos que estão na fila à espera de um transplante. As doações de órgãos no estado de São Paulo cresceram 33% e tiveram o melhor janeiro da história.
Balanço da Secretaria Estadual da Saúde apontou que o índice foi superior na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 96 doadores em janeiro deste ano, contra 72 no primeiro mês de 2011. Além de ter sido o melhor janeiro da história em doações, foi o segundo melhor mês de toda a história desse tipo de procedimento, perdendo apenas para março de 2010, quando houve 99 doadores no estado.
A Central de Transplantes informou que neste ano houve dez transplantes de coração, cinco de pâncreas, 162 de rim, 60 de fígado e seis de pulmão.
Para o médico e coordenador da central, Luiz Augusto Pereira, se o ritmo se mantiver, será possível ter um novo recorde de doações e transplantes no estado em 2012. Segundo ele, os números atuais são resultado de um trabalho que a secretaria faz há dez anos. “Desde 1997 estamos descentralizando a busca de doadores nos dez maiores hospitais. Cada instituição criou um serviço para identificar com rapidez a morte cerebral e entrevistar a família para autorizar a doação.”
Segundo o médico, isso fez com que o número de doadores dobrasse em 2004. Em 2008, a secretaria passou a custear o diagnóstico complementar dos pacientes, ou seja, exames de eletroencefalograma nos hospitais públicos e privados. Esse exame é o que aponta com maior agilidade se há morte cerebral e quando será possível avisar os familiares.
“Quando a pessoa sofre um trauma muito grande no crânio, em alguns casos evolui para morte cerebral e em outros, não. Com esse exame podemos saber com mais agilidade. Tanto o diagnóstico quanto a qualidade do órgão, para que o transplantado não receba um órgão que não esteja saudável.”
Pereira explicou que hoje, 70% das famílias autorizam a doação. Para ele, a transparência e a segurança do serviço dão confiança para que a população acredite no trabalho realizado..
Felicidade à vista / O professor Rafael  Bucollo, de 36 anos, está na fila de espera por um fígado há oito meses.  Morador de São Caetano do Sul, no ABC, ele sofre de hepatite C e cirrose hepática desde os 18 e já  teve três crises de encefalopatias,  consideradas quadros graves da doença. Após o problema, a possibilidade de transplante foi anunciada pelo médico.
Rafael conseguiu a doação através do irmão Rodrigo, de 32 anos. Há dois meses o irmão passou por uma bateria de testes e a compatibilidade foi confirmada. A operação deve acontecer em três meses. “A primeira coisa que quero fazer quando tudo isso acabar é voltar a trabalhar. Estou afastado há um ano”, afirmou.
Rafael contou que atualmente nem parece que precisa de um transplante. Há um ano ele começou uma dieta rígida por causa da anemia.  A alimentação com pouco açúcar e sem sal e o repouso fizeram com que tivesse uma vida normal durante o período na fila de espera. “Hoje eu saio para vários lugares, mas não posso fazer nada com exageros. Arrumei até uma namorada que já me conhecia da época da escola. Quando contei que estava na fila de transplantes, ela me apoiou muito”, afirmou.
Informação é o caminho para doar mais 
Falta de conhecimento  impede que doação cresça. É preciso demonstrar aos familiares o desejo de doar. Isso facilita a decisão
A aposentada Terezinha Valletta de Carvalho, de 73 anos, estava no número 19 da fila de transplantes à espera de um fígado. Com hepatite C em estágio avançado, uma vez por semana a paciente precisava ir ao hospital retirar 5,5 litros de líquido da barriga. Terezinha não recebeu o órgão a tempo e morreu há oito meses.
O marido com quem foi casada por 41 anos, Celso Monteiro de Carvalho, de 67, foi quem acompanhou com os filhos a busca da esposa por um órgão.
“Como a pessoa é chamada de  acordo com a gravidade do estágio da doença, tínhamos a perspectiva de que ela fosse chamada rápido. Mas, infelizmente, nadamos, nadamos e morremos na praia”, contou o engenheiro químico.
A falta de informação sobre a doação  faz com que pessoas como dona Terezinha não recebam o órgão a tempo. As dúvidas sobre procedimentos impedem o crescimento das operações. No último levantamento feito no estado de São Paulo, em 2010, o número de pessoas na fila por um coração, pulmão, rim, córnea, pâncreas e fígado chegava a 12 mil.
Ausência de conhecimento da população sobre o que é morte cerebral é um dos fatores que travam o crescimento das doações. Quando acontece, esse tipo de morte é irreversível e existe declaração de óbito para o caso. Mesmo com o coração batendo.
A ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) diz que outro complicador é o fato de algumas pessoas serem contra a doação por acharem que na “outra vida” vão precisar dos órgãos. A entidade faz questão de deixar claro que os procedimentos no país são seguros e totalmente controlados, ou seja, não há a mínima possibilidade de desvio.
A Secretaria Estadual de Saúde recomenda que quem deseja ser doador de órgãos informe a posição de maneira clara aos familiares.
“É um momento delicado, a família está perdendo um ente querido, que na maioria das vezes é jovem, e de maneira trágica. Quem tem essa vontade deve avisar todos os parentes. Isso facilita demais o momento da entrevista”, explicou o coordenador da Central de Transplantes da secretaria, Luiz Augusto Pereira.
Terceiro maior banco de medula
O transplante de medula óssea também é outra questão que precisa de atenção no país. Assim como acontece com os outros órgãos, muita gente desconhece como funciona.  Tecido encontrado no interior dos ossos, ele é usada para curar pacientes com leucemia. O Brasil tem o terceiro maior banco de registro de doadores de medula do mundo, com 2 milhões de doadores cadastrados. A chance de se encontrar um doador não-aparentado é de uma em 100 mil. Para fazer o cadastro é necessário uma pequena coleta de sangue.  Informações sobre locais para o cadastro podem ser obtidas no www.ameo.org.br.

Pequenos guerreiros lutam contra o câncer - Bauru

Crianças enfrentam longos tratamentos para vencer a doença; a boa notícia é que a maioria consegue






A sensação de uma mãe que recebe o diagnóstico de câncer num filho é sempre parecida.“É como uma bomba que jogam na cabeça da gente”, descreve Tamara Francisco da Silva, 21 anos. “O chão abre”, afirma Maria Aparecida Conceição, 44. 

Não dá para negar que o principal medo é perder o filho. O câncer ainda é visto como “bicho-papão”, doença cruel.


Mas tem cura em grande parte das situações. No caso das crianças, a maioria vence a batalha. A garantia é da médica Ana Cristina Xavier Neves, oncologista pediátrica do HEB (Hospital Estadual Bauru). 
“A chance de cura é de 70%. De cada dez crianças, sete ficam curadas”, diz. 

Em relação ao tratamento, uma notícia boa: não faltam vagas para os pequenos no HEB, que é público e só recebe pacientes por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

A médica garante: o tratamento é o mais avançado , não falta nenhum tipo de medicamento e há estrutura multidisciplinar necessária, com psicóloga, enfermagem, nutricionista e assistência social. 

O setor de quimioterapia faz parte da rotina semanal de  Ana Lara Francisco Moraes, 5. Ela tem leucemia, doença descoberta há dois anos. 

O BOM DIA a encontrou emburrada na manhã de quinta-feira (9). Lara não deu bola para repórter e fotógrafa. Mas foi só a brincadeira começar, ao lado do amigo Mateus Tosi Peres, 4, para abrir o sorriso. Ela desenhou, pintou e colou enquanto recebia a medicação.        

A menina faz quimioterapia de segunda a quinta-feira, sempre ao lado da mãe. Tamara precisou deixar o emprego numa escola de informática para cuidar da criança.

Também fez mudanças na casa, como a troca de piso e a instalação de forro. A limpeza precisa ser impecável, para evitar risco de infecções. O tratamento deixa a imunidade baixa, daí os cuidados intensos.

A jornalista Rose Araújo sabe bem o que é isso. No final de 2010, por causa de uma dor forte, foi descoberto um tumor de Wilms na única filha dela, Luíza Araujo Peres, 7.

A pequena enfrentou uma cirurgia de emergência, uma infecção que a deixou 15 dias no hospital e o tratamento quimioterápico. Rose criou um blog (umalindaluiza.blogspot.com) em que contou todas as dificuldades e vitórias.

Luiza já recebeu alta e voltou para a escola este mês.

O adolescente Paulo Vitor Fernandes, 16, vive a outra fase, a do início do tratamento. Foi diagnosticado há uma semana com leucemia, no auge da juventude. Pensam que desanimou? Nada disso.“Não adianta ficar lamentando, porque a doença eu já tenho. Então vamos atrás [da cura], para seguir em frente.”

Saiba mais

Maioria vive bem após tratamento adequado
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias , os do sistema nervoso central e os linfomas .  O tratamento progrediu nas últimas quatro décadas.

100 É o número de doenças chamadas de câncer
Tumor no rim também é considerado comum

O tumor de Wilms (renal) também está entre os frequentes nas crianças.  Leva o nome do cirurgião alemão Max Wilms , que relatou casos e fez a descrição  da doença.

Sobre leucemiaÉ uma doença maligna dos glóbulos brancos. Geralmente, a origem  é desconhecida. Tem como característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea. O transplante é para alguns casos.

Mãe exigiu exame e salvou a vida do filho
O filho de Maria Aparecida Conceição, a mulher que sentiu o chão abrir quando soube da doença,  descobriu um tumor no mediastino aos 15 anos, no meio de uma vida agitada, que incluia escola, judô e atividades com os amigos da mesma idade. 

Foi um choque. O adolescente Adenilton Santos Miranda Júnior, caçula de Maria, sente muito a falta de ir para a escola como os outros meninos da idade e também dos programas juvenis.

Mas também está a caminho da superação e já se prepara para voltar à sala de aula. 

A mãe pode dizer que salvou a vida do filho. Ela levou o caçula várias vezes a unidades de saúde municipais por causa da dor nas costas e da falta de ar que o garoto sentia.

Ouviu que deveria ser dor muscular causada pelos exercícios físicos praticados e, numa das vezes, precisou brigar para conseguir que ele fizesse um exame raio-X.

O exame mostrou água no pulmão e Adenilton foi encaminhado às pressas para o Hospital Estadual, onde recebeu o diagnóstico e faz o tratamento. 
Maria afirma que o carinho da equipe ajuda ela e o filho a passarem por uma situação que não imaginavam enfrentar. 
“Isso conta muito”, diz. 

Adenilton, claro, está louco para tudo acabar e ele poder voltar para a escola e para o judô. “Tenho vontade de fazer tudo o que fazia antes”, revela. 

E deve ser logo, após a batalha que o adolescente tem forças para enfrentar, ao lado da mãe que nunca deixa o filho sozinho.

OpiniãoRose Araújo, 
mãe da Luíza

‘Prometemos que todo dia seria o mais importante’
Chegando na escola para o primeiro dia de aula, um cartaz recepcionava os alunos falando da alegria de recomeçar. Ali, ninguém sabia melhor o valor do recomeço do que a minha filha. Isso posso afirmar sem sombra de dúvida. 

A volta à escola foi um dos momentos mais marcantes nessa dura caminhada.
Foram mais de oito meses de luta, desde a retirada do rim direito até o fim das sessões de quimioterapia. Um período angustiante, cheio de agulhas,  hospital, internações...

Luíza não podia ter contato com muita gente por causa da imunidade baixa e, por isso, nada de escola, festas, passeios nem mesmo brincadeiras com amiguinhos. Ela aguentou firme, não reclamou, cumpriu suas tarefas direitinho, sempre esperando pelo dia em que teria alta e a vida voltaria a ser como antes.

Nossa grande batalha foi o tratamento, que deixa a pessoa fraca e isolada do mundo.

Os cabelos caíram fio a fio. Uma mudança radical para uma menininha vaidosa e cheia de charme. 

A última sessão foi dia 25 de agosto de 2011. Que festa, que alegria! Comemoramos com champanhe (sem álcool, claro) e prometemos que, dali em diante, todo dia seria o dia mais importante da vida.

Vibramos com o primeiro passeio, com a primeira viagem, com a primeira amiguinha que foi em casa brincar, com o direito de chegar perto da cachorra... E, agora, vivendo um momento pra lá de especial, com o retorno à escola. 

Mais do que a liberdade de estudar, é um símbolo de que a vida volta ao normal, de que o pesadelo está cada vez mais distante e de que temos muito ainda pela frente, muita vida para viver.

Mães precisam ficar atentasA médica Ana Cristina Xavier Neves alia o afeto aos pacientes ao estilo direto de orientar pais e mães de pacientes infantis

Atenção, mães! O papel de vocês é fundamental na hora de desconfiar que algo mais grave acontece na saúde dos filhos. São as mães que costumam ligar o sinal de alerta e procurar ajuda médica quando os filhos apresentam sintomas que podem ser de um câncer. 

Oncologista pediátrica que está desde 2004 em Bauru, Ana Cristina Xavier Neves tem dado orientações a pediatras da rede municipal para facilitar o diagnóstico e, em consequência, o início rápido do tratamento. “Com o diagnóstico rápido, a chance de cura é maior. E quem normalmente faz isso é a mãe”, afirma a médica. 

Foi o caso de Maria Aparecida Conceição, 44 anos, que levou o filho ao médico várias vezes por não se conformar com a explicação para a falta de ar e dor nas costas que ele sentia. Os profissionais que o atenderam achavam que era dor muscular por causa de exercícios, mas exames mais detalhados, exigidos por ela, mostraram um tumor no mediastino. 

Ana Cristina lista alguns cuidados que as mães devem tomar: fazer o pré-natal, garantir o acompanhamento pediátrico regular da criança no primeiro ano de vida (pesar, medir, examinar), depois do primeiro ano, levar ao médico nos primeiros sinais de problemas na saúde, observar sangramentos, palidez, surgimento de gânglios  e sintomas que persistem, como febres contínuas.“É preciso observar tudo o que for persistente e não melhorar”, aconselha. 

E, claro, garantir a boa alimentação e a higiene das crianças e adolescentes. 

A médica escolheu a oncologia infantil ao fazer residência no Centro Infantil Boldrini, de Campinas, referência no tratamento de crianças com câncer. 

De lá, foi para Manaus (AM) por causa da transferência profissional do marido. Ali  criou um grupo de apoio para o que considera fundamental nesse tipo de tratamento, o apoio multidisciplinar. 

Em Bauru, já virou referências para os casos de tumores em crianças e adolescentes. Consegue aliar o afeto pelos pacientes ao estilo direto e técnico na hora de informar pais e mães sobre os cuidados necessários. “Não é um tratamento fácil”, diz. “O pai ou a mãe precisa estar presente o tempo todo”.

Saiba mais
É forte a ligação entre crianças e profissionais
Quando ocorre a morte de algum paciente na oncologia infantil do Hospital Estadual, os médicos e  funcionários do setor param e se reúnem para um encontro de luto. Conversam e choram pela criança perdida.  “Falamos até esgotar o assunto”, afirma a médica Ana Cristina.

6 é o número de anos que Ana Cristina passou em Manaus, onde ficou conhecida por criar um grupo de apoio

Hospital não é sinônimo apenas de dorA oncologista afirma que o setor que recebe crianças no hospital deve ser um lugar em que elas consigam se divertir, apesar do  tratamento pesado. Lá elas têm brinquedos, desenhos para pintar, TV ligada em canais infantis e apoio social e psicológico. Datas como Páscoa, Dia das Crianças e Natal são comemoradas.
Fonte: Bom Dia - Bauru

Exames de rotina detectam leucemia

De progressão lenta, a Leucemia Mielóide Crónica (LMC) representa cerca de 20% de todas as leucemias. Com uma incidência de 1,5 casos para 100 mil habitantes por ano (150 novos casos/ano), esta doença atinge com maior frequência os adultos, sendo mais comum nos homens.






"A LMC resulta de uma alteração do ADN de uma célula estaminal medular a determinado momento da vida de um paciente, dando origem a um aumento de glóbulos brancos, que só é detectado em análises de rotina. Embora não sejam conhecidas as razões que levam a essa mutação, sabe-se que a radioterapia e a exposição ao benzeno são factores de risco", explica a hematologista Ana Marques Pereira.
Numa fase inicial (crónica), a LMC pode não apresentar sintomas, razão pela qual o diagnóstico tende a ser feito de forma tardia. Neste caso, as análises de rotina ao sangue são fundamentais, uma vez que detectam o aumento dos glóbulos brancos. No entanto, existem sinais de alerta que vale a pena ter em atenção.
"Esta doença pode causar algum mal-estar, cansaço, levar à perda de apetite ou a um desconforto abdominal. Mas, na maioria das vezes, a sintomatologia é provocada pela terapêutica", revela a ex-chefe de serviço de Hematologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Actualmente, a evolução da LMC pode ser evitada com recurso a remédios e não apenas com o transplante de medula, como era regra até há pouco tempo. "Inicialmente, a terapêutica limitava-se a reduzir o número de glóbulos brancos, mas não interferia no controlo da doença. Actualmente, existem os inibidores de tirosina cinase que têm acção a nível molecular, isto é, inibem a produção de um oncogene - o BCR-ABL - que leva ao desencadeamento da doença maligna", explica Ana Marques Pereira. A clínica refere que hoje em dia os médicos conseguem interferir na doença, mas não há garantias de que parando a toma da medicação "a doença não volte a aparecer".
"REGISTO ONCOLÓGICO ATRASADO": Ana Marques Pereira Hematologista
Correio da Manhã - Quantos doentes com LMC há em Portugal?
Ana Marques Pereira - Deve haver uns milhares de doentes em Portugal. É difícil dizer quantos são, porque o registo oncológico está muito atrasado e há hospitais que nem fazem esses registos.
- Como é feito o controlo da doença?
- O doente tem de fazer vários exames, tais como o mielograma, um cariótipo e estudos moleculares da medula e do sangue. Depois, passam a ser periódicos, primeiro semanais e depois mensais, como é o caso do Hemograma e do exame ao oncogene BCR-ABL.
- Qual a taxa de mortalidade?
- Com as novas terapêuticas não há grande mortalidade. Mas, como são muito recentes, ainda não foi possível avaliar a sobrevida dos doentes.
"ACHAVA QUE ERA APENAS CANSAÇO"
Alexandre Rodrigues nunca pensou que o cansaço que o seu corpo denunciava há já algum tempo fosse, na verdade, um dos sintomas da Leucemia Mielóide Crónica (LMC).
"Deixei arrastar a situação até quase não conseguir caminhar. Achava que era apenas cansaço, stress, mas os sintomas intensificaram-se de tal forma que um dia não consegui levantar-me da cama com dores de cabeça", revela. Já no Hospital de São Teotónio, em Viseu, cidade onde tinha decidido passar umas miniférias para recuperar forças, levou transfusões de sangue devido aos níveis muito baixos de hemoglobina. As análises ao sangue acabaram por confirmar que se tratava de leucemia.
"Pensei: bolas, vou morrer e sou tão novo. O médico disse--me que tinha de fazer quimioterapia e eu decidi que era tempo de cuidar de mim."
Já no Hospital Garcia de Orta, em Almada, Alexandre iniciou todo o processo de quimioterapia, que iria culminar no transplante de medula. No entanto, uma infecção hepática levou-o a suspender o tratamento e a iniciar a medicação específica para a LMC. "Comecei logo a sentir-me melhor. Cerca de quatro meses depois, a doença apresentou valores muito baixos nos exames que fiz. Ainda me inscrevi na base de dados para transplante de medula, mas, como estou em remissão há sete anos, essa possibilidade já não se coloca", confessa, acrescentando que hoje tem uma vida normal.
PERFIL
Alexandre Rodrigues tem 37 anos, vive no Seixal e é director criativo. O desgaste da profissão fê-lo descurar os sintomas da LMC. O que parecia ser cansaço fez com que um dia não se conseguisse levantar, devido às dores de cabeça.

Fonte: Correio da Manhã/ Portugal

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19 de Abril - Hemocentro Marília