segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Lançada bolsa de investigação em leucemia linfoblástica aguda


A Fundação Sandra Ibarra de Solidariedade contra o Cancro lançou uma bolsa na área de investigação da leucemia linfóide aguda, lê-se no site da Fundação Rui Osório de Castro, associação de apoio a crianças com cancro e seus familiares.

A selecção para atribuição da bolsa ao abrigo da 2ª edição da bolsa “Paula Estevez”, no valor de 7 mil euros, ficará a cargo de uma comissão de peritos nomeados pela Fundação e pela Agência Nacional de Avaliação e Planeamento (ANEP).

Os resultados serão conhecidos a 15 de Junho de 2011.

Os interessados em concorrer à bolsa de investigação devem enviar as suas candidaturas e projectos até às 00:00 do dia 15 de Março de 2011.

Os regulamentos do concurso estão disponíveis no site da Fundação Sandra Ibarra de Solidariedade contra o Cancro.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Segunda Caminhada de Apoio ao Paciente de Doenças Raras São Paulo recebe Segunda Caminhada de Apoio ao Paciente de Doenças Raras




Evento gratuito comemora o Dia Mundial das Doenças Raras e discute temas relacionados à desigualdade na saúde



Dia 28 de fevereiro é reconhecido internacionalmente como a data em que se mobiliza a sociedade em torno de ações em prol das doenças raras. Para comemorar, no dia 27 de fevereiro (domingo) será realizada, no Parque da Aclimação – SP –, a Segunda Caminhada de Apoio ao Paciente de Doenças Raras. Com estimativa de receber duas mil pessoas, o evento reúne governo, sociedade, universidades e empresas farmacêuticas para apoiar a melhora do bem-estar de pacientes com doenças raras e suas famílias, apoiando a pesquisa, discutindo políticas públicas e cooperação internacional e também conscientização da população em geral. Neste ano, a Caminhada aborda o tema“Desigualdade na Saúde”.

O evento acontecerá durante o dia e terá a presença de 70 associações que estarão no local com material informativo, além de atrações culturais, musicais e lúdicas, caminhadas, workshop e seminários práticos.

Em Brasília, no dia 26/02, será realizado o 1º evento relacionado ao Dia das Doenças Raras. Será uma manhã de apresentações com profissionais da área médica, pais de portadores de Neurofibromatose e pessoas relacionadas a organizações civis. O evento acontecerá no Clube da Associação dos Servidores do Banco Central – ASBAC.

Dra. Cecília Micheletti, médica pediatra e delegada brasileira da Fundação GEISER (Grupo de Enlace, Investigacion y Soporte de Enfermidades Raras de Latino América), participa da organização da Caminhada e afirma que celebrar esta data é de extrema importância. “O diagnóstico das doenças raras muitas vezes é feito tardiamente, pois o conhecimento sobre elas é pouco tanto na sociedade como na própria comunidade médica. Há pouca investigação, faltam de verbas e políticas públicas. Discutir estes aspectos é fundamental para que sejam possíveis melhorias no tratamento dessas doenças”.

São consideradas doenças raras aquelas que afetam um pequeno número de pessoas, numa frequência de 1 em cada 2 mil. Cerca de 80% dos casos são de origem genética. Já se tem conhecimento de cerca de sete mil doenças raras que afetam de seis a oito por cento da população mundial. A Dra. Cecília Micheletti acredita que o grande desafio é alcançar a igualdade no atendimento. “Nós não temos na rede pública nem mesmo a regulamentação do médico geneticista, o que dificulta o diagnóstico e, por consequência, o tratamento. Muitas vezes até mesmo o profissional de saúde não tem informações sobre algumas dessas enfermidades”.

A organização do evento é do GEDR – Grupo de Estudos de Doenças Raras – e do Instituto Canguru, com apoio da ABG (Aliança Brasileira de Genética), da SBGM (Sociedade Brasileira de Genética Médica) do Fórum Estadual de Patologias, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, da Eurordis e daFundação GEISER (Grupo de Enlace, Investigacion y Soporte de Enfermedades Raras de Latino América).

Segunda Caminhada de Apoio ao Paciente de Doenças Raras
Data: 27 de fevereiro de 2011
Local: Parque da Aclimação – Rua Muniz de Souza, 1119
Início da concentração: 8h
Mais informações:
http://www.institutocanguru.org.br/
http://www.estudandoraras.blogspot.com

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Bombeirinho de Maringá João Daniel é astro de campanha por doação de medula óssea


O Bombeirinho de Maringá João Daniel, de 5 anos, é o personagem principal da campanha para cadastramento de doadores de medula óssea, lançada na sexta-feira (18), no Shopping Vest Sul. Um dos objetivos do movimento é encontrar um doador para o menino, que ficou conhecido na cidade ao receber homenagem dos Bombeiros ao sair do Hospital do Câncer pela escada do caminhão da corporação.


O evento, organizado por amigos da família e pessoas que se sensibilizaram com a história, contou com a participação do secretário de Assistência Social e Cidadania, Ulisses Maia (representando a Prefeitura), do vereador Flávio Vicente (representando a Câmara Municipal), do presidente do VestSul, Otávio Baroni Júnior, além de representantes de entidades e instituições. A campanha foi aberta com a apresentação do grupo de adolescentes "Bate Lata" atendidos pela Prefeitura, através do programa ProJovem.
Uma equipe do Hemocentro trabalhou durante o dia todo cadastrando interessados em ser doadores. Pessoas de 18 a 55 anos podem se cadastrar apresentando documento pessoal com foto e coletando 5 ml de sangue para tipagem genética. A dificuldade de encontrar um doador compatível pode chegar até 1 em cada 1 milhão de pessoas.
Esta foi a primeira ação da campanha, que vai se estender por um ano com outras etapas acontecendo em shoppings, instituições e empresas de Maringá e Cianorte para mobilizar o maior número de pessoas possível.
João Daniel foi diagnosticado com leucemia com 1 ano e meio, já fez 11 cirurgias e tratamentos de quimioterapia.

Hemopa deslancha campanha do Carnaval

"Neste carnaval deixa a alegria correr nas veias. Doe sangue". Este é o tema da campanha de incentivo à doação voluntária de sangue e cadastro de doação de medula óssea que a Fundação Hemopa desenvolverá de 22 de fevereiro a 3 de março, com o objetivo de formar estoque técnico para atendimento das solicitações transfusionais de pacientes internados em cerca de 218 hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), entre eles, grandes emergências, maternidades e UTI's, além de pacientes atendidos no ambulatório do hemocentro. A meta é de 300 coletas/dia.

A mobilização também será realizada nos hemocentros Regionais de Castanhal, Marabá e Santarém; e nos Núcleos de Hemoterapia de Abaetetuba, Altamira, Tucuruí, Redenção e Capanema, para assegurar a coleta daqueles foliões que se deslocarem da capital para o interior do estado. Durante a programação haverá distribuição de camiseta, preservativo e lanche especial. Todas as unidades receberam decoração carnavalesca.

A campanha do Carnaval deste ano recebeu importantes parcerias que vão impulsionar a ação estratégica. No domingo, 13, de 8h às 13h, o Hemopa participou das comemorações do aniversário dos programas "Barra Pesada" e "Metendo Bronca", da emissora RBA, na Aldeia Amazônica, com a unidade móvel de coleta que resultou em 42 novos cadastros de doadores de medula óssea, além da divulgação da campanha de doação de sangue do carnaval.

No próximo dia 19, de 7h30 às 17h, o SBT Pará promoverá o pré-lançamento da campanha do Carnaval, na sede do hemocentro coordenador em Belém, numa ação com apresentações de Bandas, artistas, agremiações carnavalescas. Tudo isso no estacionamento do hemocentro, na Serzedelo Correa com Caripunas. Haverá ainda distribuição de brindes. A programação ganhou chamadas dos apresentadores Celso Portiolli e Edson Matoso, que estão sendo veiculadas na grade de programação da emissora desde o dia 7.

"Se você parar para pensar muitas pessoas precisam de doação de sangue em qualquer canto do Brasil, mas infelizmente não são todos que a recebem quando necessário, pois não são todos que conhecem e percebem a importância da doação de sangue", comentou a presidente do Hemopa, dra. Luciana Maradei. Ela aposta na superação de metas proposta para coleta e cadastro de medula.

Qualquer pessoa saudável, com idade entre 18 e 65 anos e portador de documento de identidade é um doador em potencial. Com a doação são realizados exames para diversas doenças, entre elas: Aids, Sífilis, Doença da Chagas, Hepatites, HTLV I e II, além de tipagem sangüínea. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher a cada três meses. Para doar sangue não é preciso estar em jejum. O doador deve estar bem alimentado.

Serviço: O Hemopa funciona na travessa Pe. Eutíquio, 2109. Para coleta: de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h, e aos sábados de 7h30 às 12h30. Maiores informações pelo fone: 08002808118 ou pelo site: http://www.hemopa.pa.gov.br

Leucemia: foi encontrado um DOADOR para a jovem bailarina



Foi encontrado um dador para a bailarina Joana Pereira, de 18 anos. A jovem foi diagnosticada com uma leucemia mieloblástica aguda no dia 8 de Agosto de 2010.

Desde então, tem estado internada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Recentemente, a família teve a notícia que tanto ansiava: apareceu um dador para a Joana. De acordo com informação da mãe, o dador é alemão e o transplante está marcado para o dia 1 de Março de 2011. A família sempre acreditou que a jovem iria encontrar o seu irmão de sangue.

“Estamos todos com a Joana em pensamento e oração, para que ela vença definitivamente esta doença e recupere a sua vida de volta”, informa a Associação Portuguesa contra a Leucemia (APCL).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Doar plaquetas pode salvar vidas


Tão fácil quanto doar sangue, mas desconhecido por grande parte da população a doação de plaquetas é importante para casos de sangramento excessivo.

O processo de doação de sangue é bastante conhecido pela sociedade. Entretanto, muitos não sabem que também é possível doar apenas plaquetas. Estas são fragmentos de células presentes no sangue e responsáveis pela coagulação, evitando assim uma hemorragia no organismo.

O sistema sanguíneo contém uma grande quantidade de plaquetas, portanto, a doação não é prejudicial, principalmente porque são recompostas rapidamente pelo organismo. A coleta é realizada por aférese (o sangue do doador é retirado de uma veia do braço passando por um equipamento que retém parte das plaquetas e devolve o restante do sangue e suas células à veia do outro braço). O procedimento é realizado em 90 minutos, aproximadamente.

A transfusão de plaquetas é muito importante para os pacientes que sangram excessivamente por causa de leucemias, aplasia de medula óssea, quimioterapia, radioterapia, etc. Essas pessoas apresentam um sangramento sério por não produzirem plaquetas suficientes devido aos tipos de medicamentos e debilidade do organismo. Aqueles que receberam o transplante de medula óssea, por exemplo, necessitam de muitas transfusões.

Doar plaquetas, assim como doar sangue é um ato voluntário de solidariedade e de responsabilidade social. Se cada cidadão com boas condições de saúde tomasse a decisão de se tornar doador, os hemocentros não passariam por nenhuma dificuldade.

É possível esclarecer qualquer tipo de dúvida acessando os seguintes sites: www.santacasasp.org.br; www.prosangue.sp.gov.br; www.abrale.org.br;www.oncopediatria.org.br.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vista Suas Asas e invista na campanha


Na compra da camiseta (R$ 35,00) você colabora com a campanha VISTA SUAS ASAS que busca trazer esclarecimentos sobre o transplante de medula óssea, aumentando o cadastro de doadores e as chances de uma vida renascer.


Escolha sua camiseta, nas cores branca e preta, todos os tamanhos!!
Entre em contato: vistasuasasas@gmail.com

Após luta contra o câncer, atriz Drica Moraes volta à TV

Drica Moraes vai voltar à TV depois de 1 ano lutando contra uma leucemia. Com o fim das sessões de quimeoterapia, a atriz foi escalada para integrar o elenco da novela "Ti-Ti-Ti".


Nesta terça-feira, dia 15, ela esteve no Projac, no Rio de Janeiro, para as primeiras gravações na pele da fisioterapeuta Teresa Batalha. "Foi um presente receber esse convite da Maria Adelaide [autora da novela] e do Jorginho [Jorge Fernando, diretor]! A equipe me recebeu muito bem.", afirmou ela.

Conforme o site oficial da trama, a personagem fará parte do núcleo da família de Jacques Leclair (Alexandre Borges), já que irá cuidar da recuperação de Pedro (Marco Pigossi) depois de um acidente de moto. "É muito bom voltar ao trabalho, faz bem para o meu estado de espírito estar com uma turma que é uma família. Adorei!", completou.

Apesar de ser uma participação especial, Drica deve trabalhar até o desfecho da história.


Redatora: Tatiane Moreno

Conheça a matriarca da genética do câncer moderna

A Dra. Janet Davison Rowley, de 85 anos, é a matriarca da genética do câncer moderna.
Sem sua descoberta da década de 1970, de que cromossomos quebrados e translocados eram um fator importante no câncer do sangue, nós provavelmente não teríamos os tratamentos para leucemia que hoje são rotineiros.
As conversas ocorreram no início do inverno, em seu escritório na Universidade de Chicago e também em sua casa no Hyde Park, onde ela mora com o marido Donald Rowley, de 62 anos, patologista de pesquisa.
Segue uma versão editada e resumida das entrevistas.
Pergunta: A senhora não começou como geneticista, mas como médica.
Sua carreira na pesquisa foi acidental? Resposta: De forma alguma.
No final da década de 1950, trabalhei alguns dias por semana como médica numa clínica do Hospital Cook County, direcionada a crianças com retardo mental.
Como tinha crianças pequenas em casa, eu só trabalhava meio período.
Em 1961, a Universidade de Chicago concedeu ao meu marido uma licença de um ano na Inglaterra.
Eu precisava de algo para fazer nesse período em que estaríamos lá.
Devido ao meu trabalho com crianças retardadas, eu estava interessada em doenças hereditárias.
Havia sido recentemente descoberto que a síndrome de Down estava ligada a uma cópia adicional do cromossomo 21.
Assim, um amigo conseguiu um encontro com Laszlo Lajtha, hematologista de Oxford.
Ele estava conduzindo trabalhos revolucionários com o padrão de replicação de células da medula óssea.
Lajtha permitiu que eu frequentasse o laboratório para ampliar seu trabalho à replicação de cromossomos, algo que me interessava, e para aprender mais sobre o emergente campo da citogenética.
P: Qual era o estado da pesquisa genética em 1961? R: A revolução estava longe de acontecer.
Havia se passado menos de uma década da descoberta de Watson e Crick.
Estávamos apenas começando a ter uma ideia de como era o DNA.
Ainda não existiam as ferramentas certas para pintar, cortar, examinar e manipular.
Porém, mesmo com tecnologia limitada, já havia alguns avanços.
Um dos mais importantes veio em 1960, quando Peter Nowell e David Hungerford, da Filadélfia, descobriram que um pequeno cromossomo tinha a metade do tamanho normal em muitos pacientes com CML, um tipo de leucemia.
Segundo uma convenção da época, isso ficou conhecido como o cromossomo Filadélfia.
Gostei muito de meu trabalho laboratorial com Lajtha.
Decidi que, voltando Chicago, eu tentaria encontrar outro trabalho de meio período _ mas desta vez em pesquisa.
P: Como a senhora iria fazer isso, com poucas credenciais de pesquisa? R: Bem, eu tinha um artigo conjunto com Lajtha que seria publicado na revista "Nature", sobre a replicação de DNA em cromossomos.
Então eu tinha ao menos isso.
O que fiz foi ir até Leon Jacobson, diretor do Hospital Argonne de Pesquisa do Câncer, financiado por uma grande verba da Comissão de Energia Atômica; ele tinha um pote de dinheiro.
"Tenho um projeto de pesquisa iniciado na Inglaterra que gostaria de continuar.
Eu poderia trabalhar aqui por meio período? Tudo de que preciso é um microscópio e uma sala escura.
Ah, e eu posso ter um salário? Preciso ganhar o bastante para pagar uma babá".
E ele disse sim para tudo! Uma vez no hospital, o hematologista Dr.
Jacobson às vezes me pedia para examinar as lâminas de seus pacientes de leucemia.
No microscópio, enxergávamos cromossomos anormais _ uma quantidade grande ou pequena demais num grupo, embora fosse difícil diferenciá-los entre si.
A tecnologia ainda não havia chegado lá.
P: Isso acabou levando à sua importante descoberta de 1972, sobre as translocações cromossômicas? R: Sim.
Mas eu ainda faria outra viagem à Inglaterra antes que isso acontecesse.
Em 1970, meu marido ganhou outra licença em Oxford.
Quando estávamos de saída, apareceu essa nova tecnologia da associação.
Com isso, o material genético é pintado com corantes especiais e examinado num microscópio fluorescente.
As bandas nos cromossomos se destacam em contraste.
Você consegue enxergar diferenças sutis, que podem ser usadas para identificar cromossomos diferentes.
Havia alguém em Oxford que trabalhava ativamente com essa técnica.
Eu consegui utilizar o microscópio fluorescente à noite e nos finais de semana, para estudar coisas relacionadas ao meu trabalho.
No fim da licença, eu sabia que podíamos aprender mais sobre os cromossomos do que era observado nas lâminas dos pacientes de leucemia.
P: E foi assim que a senhora descobriu as translocações? R: Bem, naquela ocasião era possível usar os padrões das bandas para identificar diferentes cromossomos.
Assim que retornei a Chicago, examinei dois grupos distintos de cromossomos _ com tamanhos e formatos similares _ de pacientes com leucemia do tipo AML.
Os cromossomos 8 e 21 estavam quebrados e possuíam pontas trocadas _ a primeira translocação cromossômica reconhecida.
Mais adiante, examinei fotografias de células CML, uma tingida por este processo e outra não.
Era possível ver que o cromossomo 9 tinha um pedaço extra nele.
Essa era a parte do cromossomo Filadélfia que havia se partido.
Ao contrário do que havíamos pensado, o cromossomo Filadélfia não representava uma eliminação de material cromossômico.
Tanto o cromossomo Filadélfia quanto o cromossomo 9 haviam sofrido quebras e troca de pontas _ era a segunda translocação.
P: E essa foi uma descoberta revolucionária para a genética, certo? R: E para o câncer.
Ainda havia muito a descobrir, claro.
Por que essa disposição levava à leucemia? Qual a consistência dessas descobertas? Em meu laboratório, em 1977, descobrimos uma terceira tradução específica num tipo raro de leucemia, o APL.
Isso mostrou que o que havíamos observado com os outros dois não era uma anomalia.
A terceira descoberta me transformou numa fiel.
E no final da década de 70 houve o consenso geral: o câncer é uma doença genética.
P: Algumas vezes se diz que o milagroso remédio Imatinib, que se mostrou tão útil contra CML e outros cânceres, não existiria sem o seu trabalho.
Isso é verdade? R: É uma afirmação bastante generosa.
Mas você teria de passar por muitos passos nesse meio-tempo.
As pessoas me acusam de ser humilde demais.
Mas observar cromossomos no microscópio não é engenharia de foguetes.
Se eu não tivesse descoberto, outra pessoa descobriria.
P: A senhora acha que uma carreira como a sua seria possível atualmente? R: Não.
Eu fazia uma pesquisa direcionada pela observação.
Hoje, isso é uma sentença de morte na busca por financiamentos.
Atualmente somos tão focados na pesquisa por hipóteses que, fazendo o que eu fiz, seu trabalho seria chamado de "expedição de pesca", algo ruim.
Certo, nós sabíamos sobre o cromossomo Filadélfia, e depois da associação nós tínhamos a tecnologia para definir ganhos e perdas entre os diferentes cromossomos.
Mas quando se descobria isso, quais seriam as implicações dos ganhos e perdas? Isso é a "pesca", pois não existia uma hipótese.
Bem, sem nenhum conhecimento, é impossível ter uma hipótese concreta.
Eu continuo dizendo que pescar é bom.
Você pesca quando quer saber o que existe ali.
c.
2011 New York Times News Service

Crianças: Leucemia e tumores do sistema nervoso central são mais de metade dos diagnósticos

A leucemia e os tumores do sistema nervoso central representam mais de metade dos cancros diagnosticados em crianças anualmente, uma “bomba” que cai no colo dos pais e com a qual a associação Acreditar os ajuda a lidar diariamente.


Segundo a Confederação Internacional de Pais de Crianças com Cancro, a leucemia e os tumores do sistema nervoso central representam 65 por cento do total dos cancros nas crianças - 40 por cento as leucemias e 25 por cento o restante”, adiantou em declarações à Lusa a directora-geral da Acreditar - Associação de Pais e amigos de Crianças com Cancro.

Em Portugal, a sobrevivência ronda os 78 por cento nos casos de leucemia e os 69 por cento quando se trata de tumores do sistema nervoso central.

Todos os anos são diagnosticados cerca de 350 novos casos de cancro em crianças em Portugal. Todos os dias, a Acreditar ajuda pais e crianças a lidarem com a doença.

“O primeiro impacto é como se fosse uma bomba atómica que caísse em cima da cabeça dos pais. Depois demora o seu tempo até que as pessoas comecem a aperceber-se desta realidade, que é dura, mas que tem soluções, há cura”, referiu Margarida Cruz.

A Acreditar faz a “recepção” de todos os pais novos que entram em oncologia pediátrica nos diversos hospitais do país.

“O primeiro contacto é feito por pais que já passaram por esta situação, que têm os seus filhos bem, curados. Porque é dar uma perspectiva de quem já vivenciou e de que é possível ultrapassar”, disse, acrescentando que passar “a mensagem de alguém que esteve na mesma situação é uma forma muito útil de passar alguma confiança aos pais”.

Durante o tratamento da doença, os pais oscilam entre dias com “muita esperança, quando tudo corre bem, e de muito desespero, quando algo corre mal no meio do tratamento”.

“Há muita oscilação, muita preocupação e muita angústia nos pais”, conta, lembrando que as crianças “sofrem com o impacto imediato, a dor física que estão a sentir por causa do tratamento ou a alteração da sua vida, por terem de sair do meio familiar”.

Além disso, as alterações emocionais dos pais “têm um enorme reflexo nas crianças pequenas”.

A Acreditar tenta “reforçar os pais do ponto de vista emocional de forma a que eles consigam aparentar para os filhos tranquilidade”.

“Quando sentimos que estão numa fase em que estão tão frágeis que não conseguem, nós levamos os miúdos a dar uma volta para que o pai e a mãe possam chorar. Porque às vezes é preciso. E para quando a criança volte a estar com eles, os pais possam voltar a estar com uma cara mais tranquila, mais sorridente”, referiu Margarida Cruz.

Hoje assinala-se o Dia Internacional da Criança com Cancro. A Acreditar aproveita a data para lançar o concurso Desenha-me um Sorriso, destinado a crianças entre os seis e dos doze anos.

O desenho vencedor será capa da agenda para 2012 da Acreditar e os dez melhores serão transformados em selos que os CTT irão emitir.

Paraíba realiza 27 transplantes de órgãos este ano

Até o início deste mês de fevereiro, 27 pessoas se submeteram a transplantes de órgãos na Paraíba. Desses, 21 foram de córnea, cinco de rins e um de fígado. No ano passado, foram 223 transplantes, sendo 180 de córnea, 32 de rins e 11 de fígado. Segundo a diretora da Central de Transplantes, Gyanna Lys Moreira Montenegro, a Secretaria de Saúde do Estado tem estrutura com equipe qualificada e hospitais credenciados para realizar os transplantes, tanto em João Pessoa como em Campina Grande. “É muito importante a consciência das pessoas para a doação dos órgãos”, destacou.


A lista de espera é de 380 pessoas em busca de um transplante. Seguindo uma tendência nacional, na Paraíba o transplante de rim também é um dos mais procurados. “Dos 380 pacientes esperando por um transplante, 340 são para transplante de rim”, lembrou a diretora.


Para a realização dos transplantes é necessário que o hospital esteja credenciado pelo Ministério da Saúde. Em João Pessoa estão credenciados o Hospital da Unimed e o São Vicente de Paula. Em Campina Grande, o Antônio Targino. Já os transplantes de córnea são realizados em clínicas médicas. Na Capital existem duas equipes médicas que realizam transplantes de rins, uma de coração, uma de fígado e uma de pâncreas/rim. Em Campina Grande uma equipe faz o transplante de rim.


Doação de órgãos – Atualmente, para ser um doador não é necessário fazer nenhum documento por escrito. O importante é informar a família a vontade de fazer este ato que salva vidas. Assim, quando for constatada a morte encefálica do paciente, uma ou mais partes do corpo que estiverem em condições de serem aproveitadas poderão ajudar outras pessoas. Alguns órgãos podem ser doados em vida, como parte do fígado, um dos rins e parte da medula óssea.


Secom PB

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Londrinense doa medula óssea para americano


O procedimento de coleta do material foi realizado pela primeira no Hospital Universitário de Londrina

Uma londrinense de 42 anos doou medula óssea para um americano. A coleta, pela primeira vez, foi realizada na Unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Universitário de Londrina, e o transplante, nos Estados Unidos.

A coleta foi feita pelos médicos Letícia Gordan Martins e Fausto Celso Trigo, ambos hematologistas da TMO.

Andrea Cristina dos Santos, 42 anos, é de Londrina e foi cadastrada como doadora de sangue há cinco anos e de medula há cerca de 2 anos, durante coleta externa do Hemocentro do HU.

Desde o início do funcionamento, em setembro do ano passado, a Unidade de Transplante de Medula Óssea do HU só vem realizando transplantes autólogos, ou seja, de paciente para o próprio paciente.

A novidade é que a partir da compatibilidade verificada entre a doadora e um paciente do sexo masculino, dos Estados Unidos, o HU começou a coletar material para doação alogênica não aparentada, atendendo solicitação do médico Luís Fernando Bouzas, do INCA/Rio de Janeiro.

Os exames para verificação da compatibilidade entre doadora e receptor foram realizados no início do mês e a coleta de células tronco hematopoiéticas nos dias 8 e 9, pela equipe da TMO/Hemocentro. A doadora terminou o procedimento via ambulatorial ontem e já está em casa.

O material coletado foi levado para os EUA ontem mesmo por um voluntário do National Marrow Donor Programm (NMDP) que veio a Londrina especificamente para buscá-lo, depois que o Redome (Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea) fez o contato.

Em 2010, de dois milhões de pessoas já cadastradas no Redome como doadores de medula óssea em todo o País, apenas 176 apresentaram compatibilidade com pacientes que estavam na fila de espera para receber transplante. O cadastro de doadores é único e centralizado no Redome.

Entre os 40 mil cadastros realizados desde 1999 pelo Hemocentro Regional de Londrina, do Hospital Universitário, apenas seis foram doadores – três em 2006, dois em 2010 e um agora.

Andrea e a equipe médica vão dar entrevista sobre o assunto amanhã. (As informações são da Assessoria de Imprensa do HU)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Santa Cruz do Rio Pardo realiza coleta de sangue para doadores de medula óssea


Desde as 8h30 de hoje, 09, no 2º BPM de Rio Pardo, ocorre a coleta de sangue para possíveis doadoresde medula óssea. A ação faz parte da campanha Todos por Um, que já mobilizou pessoas de todo o País.
Já no dia 19 de março, na Praça Getúlio Vargas, no Centro de Santa Cruz, os hemocentros de Santa Maria e Porto Alegre estarão realizando o mesmo procedimento de coleta de amostras de sangue para testes de compatibilidade. O evento integrará a primeira semana de doação de sangue e medula óssea em Santa Cruz do Sul.
Também está confirmada, para o dia 17 de março, a palestra com o doutor Marcelo Zanella Capra, diretor e médico do setor de Oncologia e Hemoterapia do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre.

Proteína exterminadora

Uma proteína descoberta em 1995, capaz de aniquilar as células tumorais, deixando ilesas as células saudáveis, é considerada um dos mais poderosos recursos naturais do organismo para deter o câncer. No entanto, em certos tipos de câncer há uma inibição da expressão dessa proteína, conhecida como TRAIL (sigla em inglês para ligante indutor de apoptose relacionada ao fator de necrose tumoral), o que permite a evolução do tumor. Uma equipe brasileira de cientistas desvendou um mecanismo molecular que controla a expressão de TRAIL na leucemia mieloide crônica (LMC). O estudo, que mostrou como a “armadilha contra o câncer” é desmontada, abre caminho para a investigação de alternativas terapêuticas para a doença.
O trabalho, coordenado por Gustavo Amarante-Mendes, professor do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), foi publicado na revista Oncogene, do grupo Nature.

O cientista coordena atualmente um projeto de pesquisa, financiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, que tem foco na área de excelência do grupo do ICB-USP: estudos sobre os mecanismos moleculares que regulam os processos de morte celular em câncer e em células do sistema imune.

De acordo com Amarante-Mendes, o trabalho foi a base da pesquisa de doutorado de Daniel Diniz de Carvalho, primeiro autor do artigo. Colaboraram também Welbert de Oliveira Pereira e Janine Leroy, alunos de doutorado e mestrado, respectivamente. Os três tiveram bolsas da FAPESP.

Durante seu desenvolvimento, a partir de 2007, o estudo recebeu diversos prêmios, incluindo o Nature Reviews Cancer Award, durante a 8ª Conferência São Paulo de Pesquisa, o segundo lugar no Prêmio Michel Jamra para Jovens Pesquisadores durante a 23ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), além do Prêmio Ricardo Pasquini, como melhor trabalho sobre leucemia mieloide crônica apresentado no congresso da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2009).

Segundo Amarante-Mendes, a proteína TRAIL induz suas células-alvo à morte iniciando um complexo e bem regulado programa molecular conhecido como apoptose, que é acionado durante o desenvolvimento embrionário, para formar de maneira apropriada órgãos e tecidos. Na vida adulta, a apoptose – ou morte celular – desempenha um papel fundamental na renovação das células.

“Os defeitos no processo de apoptose são observados em diversas formas de câncer e a aquisição de resistência à apoptose é considerada uma das etapas do processo de gênese do tumor. Algumas formas de câncer são capazes de desenvolver resistência à morte induzida por TRAIL. Outras, como a LMC, inibem a produção de TRAIL, escapando desse importante mecanismo de defesa. Nosso estudo demonstrou o funcionamento desse mecanismo molecular”, disse Amarante-Mendes à Agência FAPESP.

A LMC, segundo o cientista é causada por uma proteína quimérica – isto é, que não deveria existir normalmente no organismo –, que surge como resultado de uma “confusão” entre os cromossomos 9 e 22, que trocam trechos entre si.

“É o que se chama de translocação gênica: a proteína ABL, do cromossomo 9, é transferida para a região BCR do cromossomo 22. Isso gera um cromossomo atípico, denominado cromossomo Filadélfia, associado à LMC. O nosso estudo investigou os mecanismos moleculares responsáveis pela inibição da expressão de TRAIL nas células leucêmicas BCR-ABL-positivas”, explicou.

O trabalho, de acordo com Amarante-Mendes, teve colaboração de outros grupos de pesquisa, incluindo as equipes coordenadas por Marco Antonio Zago, pró-reitor de Pesquisa da USP, Eliana Abdelhay, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), e as professoras Fabíola Castro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCF-RP-USP), e Jacqueline Jacysyn, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Bala mágica

Inicialmente, a equipe observou que a expressão de TRAIL diminuía expressivamente com a progressão da LMC e essa diminuição estava diretamente relacionada a um aumento na expressão de uma outra proteína: a PRAME (sigla em inglês para antígeno preferencialmente expresso do melanoma).

“A PRAME normalmente não é encontrada em células normais, mas está presente com frequência nas células tumorais. Depois de constatar isso, nós observamos que a PRAME é diretamente responsável por inibir a expressão de TRAIL em células leucêmicas”, disse Amarante-Mendes.

De acordo com ele, a PRAME é responsável por recrutar proteínas capazes de inibir a transcrição gênica por meio de mecanismos epigenéticos. “O trabalho mostrou também que esse mecanismo tem implicações terapêuticas para a LMC, uma vez que a inibição de PRAME, por RNA de interferência, é capaz de gerar uma maior expressão de TRAIL, deixando as células leucêmicas mais suscetíveis à apoptose e, consequentemente, à terapia”, afirmou.

Quando a TRAIL foi descoberta, em 1995, pelo fato de matar as linhagens celulares em culturas tumorais preservando, ao mesmo tempo, as linhagens primárias, a proteína foi considerada uma “bala mágica” para o futuro do tratamento do câncer. Alguns tratamentos clínicos com base na TRAIL chegaram a ser desenvolvidos.

“O problema é que algumas formas de câncer são resistentes a essa sinalização. Em outras formas, como no caso estudado, o gene ABL-BCR mantém baixa a expressão de TRAIL. Por isso focamos os estudos na tarefa de desvendar esse mecanismo”, disse Amarante-Mendes.

É possível que o mesmo mecanismo desvendado pelos pesquisadores, segundo ele, possa ocorrer não só na LMC, mas também em outros tipos de tumores onde a expressão de PRAME é elevada.

“Essa possibilidade – e suas implicações clínicas – é o próximo passo para os nossos estudos”, disse o cientista. O tema, segundo ele, já começou a ser investigado por Bárbara Mello, que desenvolve no laboratório do ICB seus estudos de pós-doutorado, com bolsa da FAPESP.

O artigo BCR-ABL-mediated upregulation of PRAME is responsible for knocking down TRAIL in CML patients (doi:10.1038/onc.2010.409), de Gustavo Amarante-Mendes e outros, pode ser lido por assinantes da Oncogene em www.nature.com/onc.

Agência FAPESP

Leucemia: fármaco da Antisoma falha em ensaio


A Antisoma disse, na semana passada, que o fármaco AS1413 para o tratamento da leucemia aguda não atingiu o objectivo primário num ensaio de fase final. A companhia também vai interromper o desenvolvimento de outro medicamento oncológico, o que representa um golpe para as perspectivas do grupo britânico de biotecnologia, avança a agência Reuters.
O CEO Glyn Edwards disse que o fracasso do único fármaco da companhia em fase final foi "extremamente decepcionante para os pacientes, investigadores, investidores e funcionários".
A Antisoma esperava que o AS1413 fosse eficaz no tratamento de doentes que tinham um nível elevado de resistência a outros medicamentos.
A farmacêutica francesa sanofi-aventis também informou um revés com o iniparib, um medicamento contra o cancro da mama avançado, enquanto que a AstraZeneca disse, em Setembro, que o fármaco para o cancro da próstata zibotentan falhou o objectivo dos testes, não melhorando a sobrevivência dos pacientes.
O fármaco chave da Antisoma para o tratamento do cancro do pulmão fracassou, em Março, provocando uma queda de 75% nas suas acções, da qual a companhia nunca recuperou.
A empresa disse ainda que vai interromper mais cedo os ensaios de fase II com outro medicamento para a leucemia, o AS1411, após dados recentes não mostrarem benefício terapêutico.
"Agora, vamos ficar menores e focar na maximização do valor dos nossos outros programas", explicou o CEO.
A Antisoma vai cortar imediatamente nos gastos para preservar o seu dinheiro, que se situou nos 23,4 milhões de libras (37,2 milhões dólares), no final de 2010.

Estudo acompanha evolução da leucemia com “regressão” de células


Um estudo da Unversidade de Wisconsin, nos EUA, criou um modelo, com placas de laboratório, para observar de que forma as células do tecido sanguineo podem desenvolver leucemia.

O segredo é a "regressão" das células cancerígenas adultas a um estágio embrionário, com uma técnica conhecida como células estaminais pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês). O estudo foi divulgado na publicação científica Blood na passada sexta-feira, escreve o site noticioso da Globo, o G1.

Segundo os autores da investigação, é a primeira reprogramação de células sanguíneas obtidas a partir de um paciente com leucemia. Com a técnica, os cientistas, liderados por Igor Slukvin, conseguiram transformar células doentes em estruturas pluripotentes, que podem gerar qualquer tipo de tecido.

A paciente tinha leucemia mieloide crónica. Como qualquer tipo de leucemia, a doença tem origem na região da medula óssea, responsável pela produção de glóbulos brancos, estruturas responsáveis pela defesa do organismo.

Novo modelo

Trata-se de um novo modelo para o estudo de células cancerígenas. Outra virtude do trabalho é a manipulação de células da medula óssea e do cordão umbilical para obter células estaminais induzidas. Normalmente, o material escolhido para a reprogramação são células adultas da pele.

O autor do estudo explica que as células induzidas a um estágio embrionário também possuiam as mesmas alterações genéticas das células cancerígenas adultas, o que permitiu aos cientistas a reprodução da doença em placas de laboratório e um acompanhamento detalhado do avanço da patologia.

O próximo passo é saber identificar novas formas de tratamento como, por exemplo, a eliminação de genes responsáveis por desencadear a multiplicação exagerada de células.

O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), agência federal de investigação médica nos EUA, e pela Fundação Charlotte Geyer.

Falta medicação contra leucemia no mercado



O Hospital Ofir Loyola deve acionar o Ministério Público do Estado (MPE) para garantir o fornecimento de um importante medicamento usado no tratamento de leucemia. O remédio “L-Asparaginase 10.000”, foi distribuído pela última vez no hospital em agosto de 2010, quando foi zerado o estoque na farmácia do Serviço de Quimioterapia. O medicamento era produzido pelo laboratório Bagó, que não estaria mais disponibilizando o produto aos hospitais de todo o Brasil.

A assessoria jurídica do hospital deve formalizar um documento ao MPE para expor o problema e buscar alternativas para tentar garantir a obtenção do produto junto ao fabricante que, segundo o Ofir Loyola, interrompeu o fornecimento da droga sem qualquer explicação.

Ainda em janeiro, no início da nova gestão, a diretoria tentou obter informações junto à Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, que confirmou que o problema está ocorrendo em todo o Brasil, ressaltando que não havia conseguido respostas junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao laboratório Bagó.

Segundo o hospital, cerca de 400 pacientes estão sendo tratados de leucemia pelo Ofir Loyola. Muitos desses necessitam do remédio para as etapas do tratamento.

Existe ainda uma mobilização nacional, de hospitais e instituições de referência no tratamento do câncer, para tentar adquirir o medicamento em falta. Uma alternativa cogitada poderá ser a importação coletiva do produto, através da união de diversos hospitais brasileiros, o que poderá deixar a importação mais viável do ponto de vista econômico.

CONSEQUÊNCIAS

O “L-Asparaginase 10.000” é uma das drogas usadas em uma das etapas do tratamento da leucemia. A falta desse medicamento facilita o risco de recaídas, levando muitos pacientes à necessidade de novas internações. Com a falta do medicamento no mercado nacional, o tratamento segue sem uma de suas etapas, infelizmente, diminuindo sua eficiência.


(Diário do Pará)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sinais Ocultos


Um estudo internacional publicado na primeira edição de 2011 da Molecular Celldescreve o mecanismo pelo qual a molécula ARTS, conhecida como “assassina”, regula o processo de morte celular. A ARTS é uma proteína localizada na mitocôndria que está relacionada com a apoptose, evento que acarreta a morte celular programada. O artigo, que tem entre seus autores um brasileiro, pode ajudar a explicar por que muitos tumores malignos são difíceis de reduzir. “Sabe-se que a ARTS interage com outra molécula, a XIAP, mas o mecanismo de como isso ocorre e o apelo farmacológico que isso pode trazer foram o que levaram nossa pesquisa ser aceita pela revista”, disse Ricardo Corrêa, pesquisador sênior do Sanford-Burnham Medical Research Institute, nos Estados Unidos.

Graduado em Farmácia-Bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), com doutorado pelo Instituto de Química da USP – para o qual contou com Bolsa da FAPESP –, o pesquisador está desde 2007 em San Diego.

Antes de embarcar para o hemisfério norte, Corrêa lecionou na USP. A iniciativa de se mudar para os Estados Unidos surgiu após o convite do Sanford-Burnham para desenvolver pesquisas com fármacos.

Muitas células, velhas ou doentes, do corpo humano passam pela morte celular programada, um processo peculiar de eliminação que é também considerado importante na modulação da progressão do câncer.

Nesse processo, a ARTS é ligada à XIAP, responsável por regular a ação de caspases (enzimas inibidoras da apoptose) por meio do fluido intracelular. A morte da célula ocorre quando a ARTS é liberada.

Tal atividade, até então pouco conhecida, necessita de um estímulo para ocorrer. O trabalho de Corrêa e colegas desvenda como a proteína XIAP é sequestrada e inibida por ARTS.

No estudo, o grupo descreve o papel de uma terceira proteína, Siah, na atividade pró-apoptótica da proteína ARTS liberada. Nesse processo, o novo componente participa por meio da ubiquitinação, processo em que as células indesejadas são marcadas com uma proteína chamada ubiquitina para que possam ser degradadas pelas organelas proteossomas.

A ARTS atua como um sinalizador para atrair o ataque de Siah à XIAP e essa atividade ocasiona a morte da célula. Em alguns casos de câncer infantil, como leucemia linfoblástica aguda ou leucemia melogênica aguda, há uma perda superior a 70% da proteína encontrada na mitocôndria, o que evidencia o papel de ARTS como inibidor do processo de oncogênese.

Processo inverso
Corrêa destaca também o efeito contrário à morte celular que a mesma proteína pode vir a ter. “O próximo passo da pesquisa é o desenvolvimento de terapias citoprotetoras e peptídeos que tenham funções análogas à ARTS”, disse.

“O efeito contrário, no qual temos a elevação de XIAP, também é interessante. Não do ponto de vista oncológico, mas, por exemplo, na preservação de neurônios”, indicou.

Nesse caso, o grupo pretende desenvolver peptídeos capazes de sequestrar a proteína Siah do processo para que seja possível inibir a apoptose, criando, com isso, um efeito protetor da célula.

A ideia é obter peptídeos em porções similares à ARTS para que possam corromper as ligações das moléculas de Siah. Com isso, a atividade de XIAP é afetada, o que pode evitar a morte celular.

Doenças do sistema nervoso responsáveis pela degradação das células neurais, como Parkinson, Huntington, Alzheimer e esclerose múltipla podem ser beneficiadas com o estudo. Outro dado importante para o desenvolvimento de drogas, tanto para o câncer como para doenças do sistema nervoso, é a localização da molécula.

“De acordo com a região onde a ARTS está ligada a XIAP, podemos desenvolver peptídeos com ações miméticas de ARTS e modular eventos de aumento ou diminuição de XIAP, enfocando um papel oncológico ou de proteção neuronal”, disse Corrêa.
O artigo ARTS and Siah Collaborate in a Pathway for XIAP Degradation (doi: 10.1016/j.molcel.2010.12.002), de Jason B. Garrison e outros, pode ser lido por assinantes daMolecular Cell em www.cell.com/molecular-cell/home.

Agência FAPESP
Fonte: www.planetauniversitario.com

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