terça-feira, 31 de maio de 2011

Leucêmicos reclamam da falta de atendimento especializado em AL

Apala afirma que é necessário mais investimento e mais doações no estado
Encontrar tratamento especializado contra a leucemia em Alagoas não é tarefa fácil. É o que garante a presidente da Associação dos Pais e Amigos de Leucêmicos (Apala), Rosenita Fernandes, que afirma que as unidades hospitalares apresentam diversas limitações. Os problemas nos hospitais foram denunciados em janeiro deste ano, mas, de lá para cá, pouca coisa mudou.

Conforme Fernandes, a Santa Casa de Misericórdia, em janeiro, havia suspendido os atendimentos a leucêmicos por, segundo a entidade, não ter condições de mantê-los devido a limitações de equipamentos. Cinco meses depois, conforme a Apala, a máquina de diagnosticar leucemia por aférese - extração das plaquetas sem doação de sangue - continua quebrada.

“Há seis anos a máquina da Santa Casa está quebrada e eles garantiram que fariam o pedido de umanova para daqui a quinze dias. Espero que isso realmente aconteça”, disse a diretora da Apala.

Hoje, a realidade ainda requer mais empenho. Ao todo, a Apala assiste em Alagoas 409 pacientes, tendo 222 na Santa Casa de Misericórdia, mais 137 no Hospital do Açucar, e apenas 29 no Hospital Universitário (HU). O primeiro passo para que o processo ande e vidas sejam garantidas, teria de começar com campanha mais aprofundada para a doação de sangue, afirma Rosenita. “Esta seria a primeira atitude, já que as plaquetas, na maioiria das vezes, são extraídas do sangue doado”.

O Hospital Universitário onde foi implantado o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), em novembro de 2006, que deveria atender pacientes com todo tipo de câncer, limita-se, conforme a diretora da Apala, a assisitir somente leucêmicos crônicos “quando temos muitos pacientes agudos”. E acrescenta: “o HU tem o Cacon que foi criado para atender a pacientes com todos os tipos de câncer, no entanto não cumpre com o que preconiza o Ministério da Saúde”, ressalta.

O médico Paulo Teixeira, do HU, confirmou que o atendimento é limitado e que tentam encontrar estratégias para estendê-lo. “Estamos calculando novos projetos para agilizar o atendimento. Mas, por enquanto, assistimos somente cerca de vinte leucêmicos crônicos”, enfatiza o médico. Salientando que os pacientes são justamente os da Apala.

Porém, apesar da defasagem no atendimento, o Governo Federal investiu na referida unidade hospitalar R$ 3,8 milhões somente na compra de equipamentos para o Cacon, entre eles um acelerador linear que saiu ao custo de U$$ 600 mil e uma máquina para braquiterapia que custou US$ 300 mil, ambos para acelerar o processo de radioterapia e garantir o tratamento a pessoas cancerosas. Os equipamentos foram anunciados como os mais modernos do Nordeste e geraram expectativas que ainda não teriam sido correspondidas.

Já no Hospital do Açucar, o problema é menos grave, assegura Rosenita. “Embora o hospital esteja passando por problemas financeiros e sofra com a falta de repasse de recursos, os nossos pacientes têm prioridade”. 

Segundo a assessoria do Hemoal, a unidade produz plaquetas para leucêmicos e também para queimados e, mesmo sem ter obrigação, repassa para a Santa Casa de Misericórdia que é conveniada do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na sexta-feira (27), no estoque do Hemoal, existiam nove unidades de plaquetas sendo seis de sangue O+, mais duas de A+ e uma de A-. Durante a semana foram feitas cinco doações por aférese e todas teriam sido encaminhadas para a Santa Casa de Misericórdia para tratamento de leucêmicos.

Ainda conforme a assessoria, a preferência dos médicos é pelas plaquetas pelo método aférese. “Fazemos a extração do sangue quando é doado, mas os médicos preferem por aférese porque as plaquetas ficam puras sem o risco de se misturar com nenhum outro componente. Ou seja, ao invés de tirar o sangue, o médico retira apenas a plaqueta e esta se torna mais pura”, diz o assessor.

Por esse método as plaquetas só podem ficar disponíveis por cinco dias, o que segundo a assessoria torna inviável maior estoque. “Quando existe uma ocasião especial, acionamos os doadores cadastrados e eles vêm”, diz o assessor.

Pelo Hemoal torna-se impossível calcular o número preciso das pessoas atendidas já que ele é encarregado de atender a pacientes do Hospital de Urgência e Emergência (HUE) e também da Santa Casa.



Fonte:GazetaWebGlobo

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