quinta-feira, 2 de julho de 2009

Terceiro doador para Marta é português


Marta encontrou um terceiro dador de medula compatível, mas desta vez é português. A menina de cinco anos a quem foi diagnosticada leucemia em Janeiro, aguarda desde Abril por um transplante e já tinha dois dadores compatíveis, um nos EUA e outro em Espanha.
A notícia foi avançada ontem pela fadista Mariza e Duarte Lima, fundador da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), à margem de uma visita à ala pediátrica do Instituto Português de Oncologia (IPO) em Lisboa, unidade onde a menina fez os primeiros tratamentos.
Durante a visita às crianças internadas, ao abrigo da campanha Solidários até à Medula, Duarte Lima contou ao DN que a campanha pela Marta, dinamizada na rede social Facebook, levou 13 mil pessoas a inscrever-se no banco dadores de medula óssea.
Um número que permitiu encontrar "dois dadores[portugueses] para doentes no estrangeiro", explica o administrador da APCL. A fadista Mariza felicitou a descoberta de mais um dador para a menina, cuja família "moveu o mundo" para conseguir encontrar alguém compatível com a filha, garantindo assim que pudesse ser sujeita a um transplante.
A cantora ainda não é dadora, mas no fim da visita deixou a promessa de que se vai "preparar" para tal. "Tenho muito medo de agulhas", confessa. Menos receoso esteve o ex-internacional português Luís Figo, que ontem ao início da tarde se tornou dador de medula óssea.
Mariza brincou com algumas das crianças com leucemia internadas no IPO e sublinhou a sua "força de vontade" . "Os olhos delas brilham, nota-se que são muito bem tratadas por esta família carinhosa que os acolhe", elogia.
Mariza deixou ainda o apelo à comunidade africana para que as pessoas se façam dadoras. "Sou mestiça e fiquei a saber que as minhas probabilidades de encontrar um dador compatível em Portugal são baixas, porque há poucos dadores de origem africana", explica. E lembrou o caso de meninos oriundos de países como Cabo Verde, que estão internados no IPO e que podem vir a precisar de um transplante.
Com uma média de dois a três transplantes por ano em crianças internadas no IPO, o director do serviço de pediatria lembra a importância desta intervenção para o tratamento desta doença. Mário Chagas lembra que os transplantes "são muitas vezes o último recurso e às vezes deparamo-nos com poucas pessoas inscritas".
A presença da fadista no IPO insere-se numa campanha da APCL para angariar mais dadores de medula óssea. "Queremos fazer um apelo de desmistificação da leucemia e explicar que para quem dá o processo é indolor", refere Duarte Lima. Portugal é o segundo país da Europa com mais dadores e o quarto do mundo. Neste momento há 163 mil pessoas inscritas, mas o objectivo é chegar às 200 mil até final do ano.


por ANA BELA FERREIRA.

Portugal

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