Até que se encontre a cura, cerca de 7.700 pessoas que têm Leucemia Mieloide Crônica (LCM) no país dependem de uma terapia molecular com o Glivec, medicamento que será enviado aos Estados periodicamente graças ao convênio firmado entre o Ministério da Saúde e o laboratório Novartis, detentor da patente até 2012. A distribuição da medicação inicia hoje.
“A mudança que houve é que o Ministério da Saúde fez uma aquisição em grande quantidade do Glivec e o laboratório diminuiu o preço, o que representou uma economia de R$ 400 milhões ao governo federal”, resumiu Randolfo Coelho, diretor do Departamento Estadual de Assistência Farmacêutica, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Segundo ele, a estrutura de distribuição também foi alterada. O laboratório irá enviar o medicamento às secretarias estaduais de Saúde, que repassam o remédio para uma unidade de referência, que no Pará será o Hospital Ophir Loyola (HOL), que atende via Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao longo dos próximos 12 meses estão programadas sete remessas do medicamento aos Estados. “Dessa forma os departamentos de assistência farmacêutica de cada Estado ficam responsáveis pela logística, intermediando a distribuição e controlando mais fortemente para evitar desvios. O HOL fica com o controle do uso, estoque e dispersão para os pacientes”, enfatizou Coelho.
Outro motivo pelo qual o Ministério optou por reformular a distribuição foi por que muitas vezes se perdia dinheiro, já que as compras do Glivec eram feitas sem obedecer critérios. “Por isso será liberada uma quantidade periódica de dois em dois meses para os Estados. Na segunda-feira, enviamos 7.890 comprimidos em caixas de 100mg e 400mg para o HOL, que é uma garantia de que o tratamento dos pacientes terá continuidade”.
Segundo a farmacêutica do ambulatório do HOL, Simone Costa, o Glivec é utilizado periodicamente por 100 pacientes. “Para receber o tratamento o paciente precisa do laudo médico para procedimento de alta complexidade – Apac, que é fornecido aqui”.
PREÇO
Nas farmácias, a medicação Glivec, com 400mg e com 30 comprimidos, custa em média
R$ 9.124, 00.
Um comentário:
O governo vinha pagando em torno de R$ 800,00 (Glivec 400 mg. com 30). Mesmo não havendo genérico até 2012 a Novartis não conseguirá vender sua cota destinada ao Brasil, portanto se o governo não comprar ninguém compra. Há alternativas, menos modernas é claro, que pode também ser utilizadas. O Governo Federal não está conquistando nada especial. A Novartis até 2012 tem que vender o que está programado para produzir, por sinal, todo estoque para 2012 será solicitado da internacional até meados de 2011, do contrário não receberá nada em 2012. O que a Novartis visa, é seu novo medicamento substituto do Glivec que deverá chegar logo após a chegada do genérico do Glivec, e é claro, vai surgir uma chuva de liminares da justiça obrigando aos governos comprarem o novo produto com preço cheio e depois a Novartis irá ao Governo e negociará com preço justo assim como tem feito com Glivec. O Brasil continua nas mãos das multinacionais, entra governo e sai governo e nada muda.
Não acredito na eficiência centralizada do governo na distribuição do Glivec para o território nacional. A Gestão Pública não tem competência logística para atender a todos sem prejuízos. Muitos serão prejudicados e vidas serão perdidas.
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